A Câmara Municipal já
procedeu à remoção das palmeiras que sofreram o ataque do
escaravelho vermelho, uma espécie resistente contra os tratamentos aplicados. A
Câmara Municipal recusa o termo abate no caso das palmeiras das canárias que há
décadas faziam parte do Jardim Macedo Pinto.
As árvores sofreram
nos últimos meses um ataque feroz do besouro vulgarmente chamado de escaravelho
vermelho, das palmeiras ou da ferrugem (rhynchophorus ferrugineus), uma espécie
que tem como preferência a palmeira das canárias (Phoenix canariensis) e que
atacou várias palmeiras em toda a vila. Detectar a sua presença no início da
infestação é muito difícil uma vez que, depois de atacar, os besouros acabam
por abandonar a árvore e contaminar outras, mostrando-se, assim, muito
complicado o seu controlo. Depois de um parecer técnico especializado, a Câmara
Municipal aplicou um tratamento pioneiro na tentativa de salvar as duas
palmeiras mas sem qualquer resultado.
Segundo as
informações dos especialistas, o sistema vascular destas palmeiras é
extremamente complexo. O tronco da palmeira das canárias mais não é que uma
raiz, ou seja, cada folha está directamente ligada ao solo e se o núcleo for
afetado ela deixa de produzir novas folhas e acaba por morrer. O certo é que o
escaravelho vermelho ataca precisamente o núcleo ou olho da árvore e, por isso,
os tratamentos acabam por se revelar ineficazes.
O Presidente da
Câmara refere que “não é de ânimo leve
que se removem árvores, mais ainda quando falamos destas em particular que,
temos noção, eram o ícone deste Jardim. No entanto, da parte da Câmara
Municipal tudo foi feito para as salvar, pedimos inclusive o conhecimento
técnico e específico de especialistas mas todos os esforços foram infrutíferos”,
adiantando também que “a remoção das
árvores foi sendo adiada sempre na esperança que conseguíssemos um tratamento
eficaz contra a doença deste escaravelho”.
A fêmea do
escaravelho da ferrugem põe mais de 300 ovos nas zonas de crescimento da
palmeira, formando os casulos com as próprias fibras da árvore. Em menos de 10
semanas o ciclo completa-se podendo ser encontrados mais de 1000 insectos numa
só árvore. Depois das palmeiras, o escaravelho vermelho pode vir a atacar
espécies similares, no caso agaves. Como tem uma capacidade de voo até cerca de
10 km com facilidade chega a outras espécies arbóreas.
O Presidente da Câmara recusa a palavra abate no
caso das palmeiras do jardim Macedo Pinto referindo que “se tiverem que falar de abate ele foi feito pela praga do escaravelho.
A nós, Câmara Municipal, e com alguma frustração com os esforços e tratamentos
aplicados, cabe conseguir a melhor solução para este espaço, sendo nós os
primeiros a assumir que nenhum plantio poderá substituir as árvores e as
memórias que cada um de nós guarda daqueles espaço e daquelas palmeiras”.
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